terça-feira, 17 de novembro de 2009

Entrevista: Wilson Rossi

Os sonhos do “Andarilho da Noite”

Eu tinha acabado de chegar em Recife. A picanha de bode do restaurante “Entre Amigos”, em Boa Viagem, estava uma delícia. Na porta do estabelecimento, aguardávamos uma van para nos conduzir de volta ao hotel no qual estávamos hospedados. O potiguar Carlyle Madruga e o baiano Britto Gomes, ambos funcionários da Gráfica do Senado, estavam comigo. Foi quando surgiu Wilson Rossi, vendendo seu disco mais recente, o CD “Andarilho da Noite”. Comprei um exemplar e anotei seu telefone. Poucos dias depois, eu, Britto e Carlyle entrevistamos esse sósia de Reginaldo Rossi, com exclusividade para o jornal Zona Sul. Com vocês, Wilson Rossi!!! (robertohomem@gmail.com)


WILSON – Estou muito feliz por ter conhecido vocês.
ZONA SUL – Como é o seu nome completo?
WILSON – Wilson Rossi é meu pseudônimo, meu nome artístico. Minha razão social, meu nome verdadeiro é Wilson Pedro da Silva.
ZONA SUL - Onde você nasceu?
WILSON – Nasci aqui em Recife, no subúrbio de Jardim São Paulo. É um bairro de classe média baixa. Fica depois de Areias, perto de Estância e do metrô do Barro.
ZONA SUL – Como foi a sua infância em Jardim São Paulo?
WILSON – Foi uma infância muito sofrida. Não sou filho de gente rica, minha família é pobre, humilde. Meus irmãos e meu pai eram trabalhadores. Meu pai, comerciário, sustentou seis filhos. Ele trabalhou no Recife antigo, era contínuo. Fazia serviço de banco: efetuava depósito, limpava o escritório da empresa... Minha mãe é doméstica. Trabalhou sempre em casa. Recentemente completou 94 anos. Seu aniversário foi no dia 24 de setembro. Minha mãe está meio adoentada: perdeu a visão depois de uma operação de catarata. Eu a levo para o banheiro. Minha irmã, Lia Cabeleireira, também toma conta dela.
ZONA SUL – Como se chamam seus pais?
WILSON - Maria das Mercês da Silva e Severino Pedro da Silva. Meu pai já faleceu. Morreu em 1972. Eu estava com 26 anos, na época. Agora em agosto completei 63 anos.
ZONA SUL – Vamos voltar à sua infância: o fato de não ter nascido em berço de ouro fez de você uma criança infeliz?
WILSON – Não. Fui uma criança feliz, apesar de ser de família pobre. Estudei: fiz o curso primário e o segundo grau. Também fiz o curso de impressor gráfico, no Senai. Estudei um ano e seis meses de tipografia. Depois fiz curso de Contabilidade, no Colégio Santa Luzia, na Estância. Porém, nunca usei contabilidade.
ZONA SUL – Na sua infância você apresentou alguma tendência para a música?
WILSON – Sempre gostei de dançar. Eu observava Roberto Carlos e Reginaldo Rossi, que já estavam na mídia, naquela época da Jovem Guarda... Comecei minha carreira em 1976.
ZONA SUL – Que tipo de música você gostava de ouvir?
WILSON – O estilo era esse: Jovem Guarda, Roberto Carlos, Wanderley Cardoso, Jerry Adriani... Era o que corria nas minhas veias. Eu escutava música nos bailinhos e em emissoras de rádio, como a Continental. O estilo que enquadrou comigo foi o romântico-dançante e não o romântico-lento.
ZONA SUL – Nessa época o gosto pela música não despertou em você o desejo de aprender a tocar um instrumento?
WILSON – A história é longa. Jamais pensei em ser cantor, em sobreviver da música. Trabalhei até 1975 em uma gráfica, como impressor. Saí de lá para a gravadora Mocambo/Rozemblit. Tenho mania de sempre estar com caneta e papel. Um dia, fazendo um serviço para o Bandepe (Banco do Estado de Pernambuco), veio a inspiração. Eu também nunca tinha pensado em ser compositor. Foi coisa de Deus. Eu estava numerando algumas páginas, quando veio a inspiração. Nem sou sambista, mas veio: “O samba é um ritmo quente / Que mexe com a gente / Quando começa a tocar / O samba é um ritmo gostoso / Que nasceu no morro / E é popular”. Estava por perto um amigo, impressor também, Edvaldo, muito brincalhão e extrovertido. Eu disse a ele: “Edvaldo, fiz uma letra de música”. Foi aí que tudo começou. Graças à reação dele. Agora me arrepiei todinho. É emoção. Já gravei no Rio e em São Paulo, só falta estourar. Se um dia eu estourar na mídia, se um dia Papai do Céu me der o merecimento, vou chamar esse rapaz. Ele foi um incentivador. Edvaldo, o impressor que trabalhava na máquina automática ao meu lado.
ZONA SUL – Qual foi a reação desse seu amigo Edvaldo?
WILSON – Ele gritou bem alto, lá na fábrica: “eita, Pedro é compositor”. Claudionor Germano e Capiba, também trabalhavam lá no escritório da gravadora. De repente apareceu uma multidão. Veio diretor, encarregado, chefe... A fábrica parou para me ouvir cantar. Eu disse que não era cantor, mas eles insistiram e eu cantei o verso que tinha acabado de compor. Depois desse dia não tive mais sossego na minha vida, dentro da fábrica. Todo mundo me procurava. Porém eu não fazia mais nada, só recebia o salário. Eu pedia ao encarregado um serviço, mas ele dizia para eu não esquentar. Depois que fiz as primeiras músicas, os amigos disseram que aquelas canções combinavam com o Reginaldo Rossi. Foi quando comecei a procurá-lo, no Hotel Jandaia, onde ele costumava se hospedar.
ZONA SUL – Até então você notava que era parecido fisicamente com Reginaldo Rossi?
WILSON – Eu nem pensava nisso. Naquela época estava na moda o sapato cavalo de aço, o cinto largo e o cabelo grande. Deixei meu cabelo crescer e o bicho pegou. Na verdade eu estava mais para Wando do que para Reginaldo Rossi, na aparência. Mas alguns poucos diziam que eu parecia com Reginaldo Rossi. Levei na brincadeira, porque eu não pensava em ser cantor. Tudo aconteceu naturalmente, foi coisa de Deus.
ZONA SUL – Depois do sucesso com o samba composto na fábrica, qual foi seu passo seguinte na direção de uma carreira de artista?
WILSON – Certo dia eu estava assistindo o Programa Silvio Santos. A TV exibia um quadro de perguntas e respostas. Uma menina não soube responder em qual ano o Brasil tinha sido descoberto. Eu, mentalmente, respondi: “o Brasil foi descoberto em 1500, por Pedro Álvares Cabral”. Foi quando surgiu minha segunda canção, também de forma espontânea. “O Brasil foi descoberto em 1500 / Por um homem consciente / Chamado Cabral / Cabral que nasceu em Portugal”. Foi mais um samba. Depois foi que passei a compor no estilo brega. Na verdade, samba e frevo não fazem meu gênero. A terceira, já um brega, foi assim: “Eu não vou deixar você, amor / Eu pretendo casar / Você conquistou meu coração / Eu não vou te deixar”. A turma na gravadora disse logo que aquela música era pra Reginaldo Rossi. Gravei com violão. Não eu cantando. Eu cantava muito ruim naquela época. Com a fita na mão, comecei a procurar Reginaldo Rossi.
ZONA SUL – Você já tinha passado a se caracterizar como ele?
WILSON – Não. A música pra mim era uma simples brincadeira. Mas como eu já estava com algumas músicas prontas, e os amigos disseram que Reginaldo Rossi poderia gravá-las, achei que poderia faturar algum dinheiro. Na recepção do Hotel Jandaia, perguntei se ele estava hospedado. Da mesma forma que eu sou Wilson Pedro da Silva, ele também não tem Rossi no nome. Chama-se Reginaldo Rodrigues dos Santos O meu Rossi e o dele é apenas artístico. O recepcionista interfonou e disse a ele que um compositor estava a sua procura. Eu andava com um gravadorzinho, para tocar a fita cassete. Ele me recebeu de toalha e de zorba. A toalha pendurada no ombro. Reginaldo é uma onda. “Diz, bicho. Tudo bem, cara?”. Ele falava ajeitando o cabelo. Reginaldo tem a mania de puxar o pixaim, como eu também tenho. Expliquei que estava com umas músicas para ele analisar. Ele sentou no sofá, eu liguei o gravador. Ele ouviu enrolando o cabelo. Na terceira música, Reginaldo Rossi falou: “desliga, garoto”. “Olha, já gravei pela CBS. Você é um talento, mas eu já gravei. Venha daqui a seis meses. Me procure novamente”. Saí de lá satisfeito e falei pro pessoal da fábrica que Reginaldo tinha mandado eu voltar de novo. Voltei seis meses depois, com outra música.
ZONA SUL – Ele lhe reconheceu?
WILSON – Reconheceu. Naquela época meu cabelo era preto e grande. Eu parecia com Wando, era uma coisa naquele estilo. Mostrei o trabalho, mas Reginaldo disse novamente que já tinha gravado pela CBS. Mesmo assim me convidou para a piscina do hotel. Ficamos olhando o mar, ele lendo o jornal. Pouco depois ele cantou pra mim uma música que tinha gravado. Essa canção hoje eu canto em show. Foi gravada em 1977, quando a CBS mandou ele embora: “O romance que ninguém leu”. A música é assim. “Sim, você disse que eu / Em relação a você / Sou uma fonte que já secou / O perfume que não cheirou / O romance que ninguém leu / Uma chuva que não molhou /A semente que não nasceu”. Cantou também “Mon amour, meu bem, ma femme”. Essa faz muito sucesso até hoje. “Nesse corpo meigo e tão pequeno / Há uma espécie de veneno / Bem gostoso de provar”. E saiu mostrando tudinho. Reginaldo Rossi foi um artista que sempre chamou minha atenção.
ZONA SUL – Quando você começou a pensar que a música poderia ser um caminho para você trilhar?
WILSON – Nesse mesmo dia, no hotel, Reginaldo, imitando uma música de Roberto Carlos, disse a mim: “Wilson, não fique triste, não se zangue. Vá para o sul do país e faça como eu, que morei em vaga para poder sair mostrando meu trabalho a todo mundo. Faça isso que você vai chegar, pois talento não lhe falta”. Saí de lá e fui para a Rozemblit, a fábrica de discos, e pedi as contas. Eu não cantava, só fazia composição. É muita coragem, não é?
ZONA SUL – Coragem não, isso é loucura!
WILSON – (risos) É mesmo! Eu tinha três anos de fábrica e disse que não queria trabalhar mais lá. O chefe era fanho, seu nome era Jaime. (Wilson imita a voz fanhosa do ex-chefe) “Mas Wilson, você vai fazer o que no Rio de Janeiro, cara?”. Respondi que ia tentar a vida. Eles não queriam me mandar embora. Então passei a chegar todos os dias depois das nove horas. Eu sabia que eles iam terminar se aborrecendo. Certo dia me chamaram e me mandaram embora. Recebi o dinheiro da rescisão e comprei uma passagem de ônibus para o Rio de Janeiro.
ZONA SUL – Você tinha alguns contatos no Rio?
WILSON – Fui com a cara e a coragem. Eu e Deus. Eu tinha minha profissão de gráfico e um tio que morava em Copacabana. Passei cinco dias na casa dele, só o tempo de arrumar um emprego em uma gráfica, e fui cuidar da minha vida. Meu objetivo era a música, não era ficar na casa de parentes. Consegui alugar um quarto para solteiro em São Cristóvão. Arrumei a vaga e fui morar lá. Agradeci a meu tio e fui viver a minha vida. Eu trabalhava e corria atrás da música. Saia às seis da tarde, da gráfica, e ia para as boates do Rio de Janeiro. Eu não era cantor. Lá estudei em uma escola de música para canhotos, na Rua Floriano Peixoto, perto da Central do Brasil. Consegui fazer um gancho na Boate Casanova, perto do bondinho de Santa Teresa. Eu cantava, dava canja, junto com um conjunto regional com sanfona, baixo, violão e piano. A cantora de lá tomava uma cana danada. Ela entrava no palco com uma garrafa de cachaça escondida dentro do sutiã. Ela tinha os seios grandes, sabe? Colocava a garrafa no pé do piano. Cantava uma música e dava um gole, uma bicada. Foi assim que comecei.
ZONA SUL – Depois dessas “canjas” na Boate Casanova, qual foi o degrau seguinte que você escalou na busca do sonho de divulgar seu trabalho?
WILSON – Antes de responder, vou contar uma história engraçada. Eu morava no Riachuelo, perto do bondinho. Eu andava com o gravador e as fitinhas dentro da tiracolo. Estava sempre preparado. Uma madrugada, duas horas da manhã, saí da Boate Casanova. Quando percebi, dois malandros me cercaram. Deus é tão bom que na mesma hora apareceu um carro da polícia. Era uma daquelas veraneio azul. Os ladrões correram, quando viram. “Doutor, você me salvou, iam me assaltar agora”, eu disse a um dos policiais. Corri pra casa, era pertinho. Veja como as coisas são: por coincidência eu morava num edifício chamado Rei da Voz. Tudo se encaixava. Cheguei em casa, me deitei e fui dormir, para no outro dia ir trabalhar. Minha vida era assim. Passava o dia trabalhando na gráfica e, à noite, dava canja nas boates, esperando aparecer uma oportunidade. Às vezes, durante o dia, eu conseguia fugir e ia pra porta das gravadoras. Levava uma fitinha e um violão para mostrar meu trabalho. Fui na RCA Victor, na Odeon, na Copacabana... Fiz o que Reginaldo Rossi disse.
ZONA SUL – Como você era recebido nessas gravadoras?
WILSON – Era muita canseira. Quem recebia a fita não era nem o produtor, mas a atendente ou a secretária. Ela mandava eu voltar para pegar o resultado depois de 30 dias. A fita era jogada na gaveta. Às vezes nem escutavam. Eu sabia porque quando uma fita cassete é escutada, o rolo vai rodando. Eu chegava lá e a fita continuava no começo, estava do mesmo jeito que eu tinha deixado. Era só conversa. Depois de dois anos no Rio de Janeiro, resolvi tentar em São Paulo. Isso foi em 1980. Lá na capital paulista passei um frio danado. O Rio de Janeiro é igual a Recife, quente. Quase desisti de São Paulo, depois de uma semana.
ZONA SUL – Onde você morou, lá em São Paulo?
WILSON – Na Boca do Lixo. Fiquei na Rua dos Timbiras. O que Reginaldo Rossi falou, eu fiz tudinho. Fiquei no edifício Tabiras. Arrumei uma vaga no terceiro andar. Também consegui emprego em gráfica. Na época era fácil. Hoje, com a computação, está difícil. São Paulo foi melhor do que o Rio. Lá eu conheci meu parceiro Gabriel Santos, que gravou “Menina triste”. Ele tinha gravado pela Copacabana. Tocava violão e cantava bem. É de Uberlândia, Minas Gerais. Eu trabalhava na Rua Vitória, e ele também. Fizemos amizade em um boteco onde tomávamos café. Um dia ele me chamou para visitá-lo, para tocar um violão. Passei a frequentar a cobertura dele. Ele não bebia não, sabe? Tomávamos um cafezinho ou um suco e ficávamos tocando violão. Essa música, “Menina triste”, é minha, dele e de minha irmã, Lia Cabeleireira. Ela mandou duas estrofes da letra. Em um domingo de manhã fiz a música com ele. Sol maior. “Menina, por favor não chores mais / Pois você triste, nada trás / Menina, o mundo é bom demais / E a tristeza se desfaz / Eu olho para o céu / E vejo uma estrela brilhar / Esta noite tão linda pra se amar / Eu quero sentir você aqui / Pra nunca mais te esquecer”. Eu acho essa música linda. Sou um cara muito romântico. Sou um cara feio de rosto, mas sou bonito por dentro e romântico. Feio por fora, bonito por dentro. Gabriel sugeriu que preparássemos um repertório para cantar na noite. Foi assim que formamos uma dupla. Ele no violão, eu no atabaque e cantando. A vida noturna de São Paulo é melhor do que a do Rio. Foi lá onde prosperei musicalmente. O Rio foi uma aterrissagem. São Paulo me profissionalizou. Lá peguei um 767 e decolei.
ZONA SUL – O que aconteceu de tão bom em São Paulo?
WILSON – Nessa luta de largar seis horas da tarde e ir para noite, encontrei Roberto Linhares, meu parceiro na música “Não vou te perder”. Ele tinha lançado dois elepês pela gravadora Polygran. É um cantor naquele estilo Evaldo Braga. Toca um violão! Eu trabalhava na gráfica durante o dia e à noite saía para ver ser aparecia algum produtor ou empresário para me contratar. Eu ainda era Wilson Braga, artisticamente. Não era Wilson Rossi. Roberto encontrou comigo na gráfica e disse que tava fazendo uma temporada no Hotel Comodoro, um cinco estrelas na Avenida Duque de Caxias, em São Paulo. Me convidou para passar por lá. Saí do trabalho, passei em casa, tomei um banho e saí todo bonitão com meu conjunto jeans, bota, cordão de prata e pulseira. Meu cabelo não era dourado como agora. Era grande, mas era preto. Quando entrei, ele estava cantando. Deus trabalha na nossa vida. Eu lutei dez anos no Rio e em São Paulo, desde que Reginaldo Rossi disse que, se eu batalhasse, chegava lá. Deus tinha me oferecido o dom, eu tinha que dar prosseguimento a ele. Quando entrei no hotel, a esposa do meu amigo cantor, Sebastiana Gonçalves, que era compositora, estava sentada na mesa. Sentei ao lado dela. Quando Roberto Linhares terminou a música que estava cantando, anunciou: “daqui a pouco Wilson Braga, um cantor de Recife, vai se apresentar para vocês”. Foi uma surpresa. Eu sem saber nada, sem conhecer os músicos, sem ter ensaiado. Foi terminar de eu tomar um copo e ele me chamou. “Wilson Braga com vocês”. O tecladista perguntou o que eu ia cantar. Eu pedi para ele fazer um lá menor e comecei: “Moça, me espere amanhã / Trago o meu coração / Pronto pra te entregar”. Depois pedi um sol maior. “A vida passa, telefono / E você já não atende mais / Será que já não temos tempo / Nem coragem de dialogar?”.
ZONA SUL – Deve ter sido um sucesso. Começou com “Moça”, de Wando, e passou logo para “Pingos de amor”, de Paulo Diniz...
WILSON – O tecladista já tinha comentado: “esse cara entende”. Então eu pedi um lá maior. Alceu Valença estava estourado em todo o Brasil, e eu mandei “Morena tropicana”, que é mais ou menos assim. “Da manga rosa quero o gosto e o sumo / Melão maduro, sapoti, joá / Jabuticaba, teu olhar noturno / Beijo travesso de umbu-cajá”.
ZONA SUL – Mas esse repertório é muito diferente do que você apresenta agora.
WILSON – Essas músicas estavam na mídia, faziam sucesso em 1981. Mas não parou por aí. Eu pedi para ele fazer um lá maior. Ele perguntou qual era a música. Eu disse: “é um brega do meu irmãozinho Reginaldo Rossi”. E comecei: “Ah! Que bom se eu encontrasse / Alguém que só falasse / De amor, amor, amor... Amor”. Todo mundo aplaudiu e eu agradeci. Fico emocionado me lembrando dos bons momentos. Quando sentei à mesa do meu amigo, o cantor, a esposa dele perguntou: “menino, de onde você é?”. Respondi que era de Recife. “Está contratado, vou investir em você”. A esposa do cantor propôs eu gravar um disco. Ela perguntou se eu podia ir para o Rio de Janeiro na manhã seguinte. Topei. Fui na pensão, peguei minhas coisas, acertei tudo e fui embora.
ZONA SUL – Não pediu nem demissão da gráfica? O disco que ela prometeu saiu?
WILSON – (risos) Acertei tudo lá e fiquei num apartamento, no Rio de Janeiro, em Cordovil. Ela bancando. Fiquei no apartamento e comecei a preparar um repertório. Gravei um compacto duplo pela gravadora independente SGS discos, as iniciais do nome dela: Sebastiana Gonçalves da Silva. Foi meu primeiro trabalho gravado. O nome do disco foi “Menina triste”. Eu tenho o compacto em casa
ZONA SUL – Você foi um bom gráfico quando exerceu essa atividade profissionalmente? Dizem que por trás de um bom gráfico sempre existe um grande boêmio. Você foi um grande boêmio?
WILSON – Sou um bom gráfico e sou um grande boêmio. Sou da noite. No momento, a situação em Recife pra mim, musicalmente, ta difícil. Por isso estou trabalhando de novo em gráfica. Estou sem fazer shows há um certo tempo. Eu tenho família, sou casado, tenho uma filha de 12 anos. Tenho minhas contas a pagar. Não sou homem de estar pedindo a ninguém. Tenho colegas que pedem um real pra passagem, pro cigarro. Eu não sou disso. Sempre trabalhei na minha vida. Não tenho vergonha de dizer isso não. Sou cantor profissional. Tenho disco na loja, estou para gravar outro CD. Mas faz mais de um ano que não pinta nada e tenho que sustentar minha família. Estou errado?
ZONA SUL – Não. Claro que não. Você foi melhor impressor ou foi melhor boêmio?
WILSON – A pessoa que é nunca diz o que é. Concorda? Eu faço os dois lados. Continuo fazendo. Eu imprimia, cortava, revisava. Hoje estou nessa gráfica como revisor. Pego o original e reviso se a impressão está boa, se tem erros de português. O serviço só sai quando eu autorizo.
ZONA SUL – É notório que na música brega existe uma pitada de dor de cotovelo, a famosa dor de corno. Na sua vivência musical essa dor de corno sempre foi virtual? Ela só apareceu nas suas letras ou aconteceu na vida real também?
WILSON – (risos). Gostei da pergunta, Carlyle, gostei. Aconteceu comigo em São Paulo. Na vida real. Eu não era casado, mas gostava de alguém. Eu cantava na noite, em São Paulo. Eu morava numa pensão, no Brás e namorava uma moça do meu relacionamento. Não vou falar o nome, mas eu gostava dela e ela de mim. Quando chego da noitada, duas horas da manhã, numa sexta-feira, encontrei ela sentada num murozinho baixinho. O cara sentado e ela no colo do cara, fazendo “I love you”. O cara era amigo meu. Quando me viu, cumprimentou: “tudo bom?”. Tudo, vai, termina, termina o show. Foi o que eu respondi.
ZONA SUL – Esse episódio tem alguma coisa a ver com a música “Traiçoeira”?
WILSON – Mais ou menos, porque coisa desse tipo sempre inspira. “Você diz que me ama / Mas me engana / Com outro rapaz / Eu vivia sozinho / Sem teus carinhos / Mas tinha paz / Você diz que eu não presto / Diz que eu sou resto / Não me ama mais / Eu vivia sozinho / Sem teus carinhos / Mas tinha paz / Traiçoeira, Traiçoeira / Você diz que me ama / Mas me engana / Com outro rapaz”.
ZONA SUL – Depois do compacto duplo que você gravou no Rio, o que veio a seguir?
WILSON – O CD “As melhores”, em 2005, pela loja Sol CDs. Gravei as melhores músicas que eu tinha até aquela época. Antes eu tinha gravado 500 cópias de um CD, mas ele não foi para a loja. Esse sim, “As melhores”, foi para o comércio.
ZONA SUL – Como se deu sua volta do eixo Rio / São Paulo para Recife?
WILSON – Depois que gravei, em 1988, voltei para Recife, que é minha terra natal. Também me casei, e tal. Meu objetivo era gravar. Como tinha conseguido, voltei. Eu tinha que vir mostrar às pessoas o que eu tinha alcançado lá. Muita gente dizia que eu não ia conseguir gravar, que eu não cantava nada. Falavam essas coisas, aquelas gozações que a gente sofre na vida. Graças a Deus gravei, para mostrar ao povo que eu tenho talento. Cheguei de São Paulo num dia de sábado. Saí de casa com minha bolsa a tiracolo, e com dez compactos dentro. Alguns amigos estavam bebendo cachaça. Quando me viram, perguntaram se eu tinha gravado. Respondi que sim. Eles estavam ouvindo músicas de Zé Ribeiro, de Reginaldo Rossi, e tomando cerveja. Duvidaram da minha resposta e ficaram naquela gozação. “Você gravou nada”. Quando abri a bolsa e mostrei, veio aquela avalanche pra cima de mim. “Mas rapaz, o cara gravou mesmo”. Eu, bem tranqüilo, outra cabeça, fiquei na minha. Começaram a pedir discos. Eu disse que não, que eles tinham que comprar. “Vocês foram os primeiros a torcerem para eu não vencer na vida, pois eu gravei. É dez cruzeiros, vai?”.
ZONA SUL – Depois desse compacto não surgiu a oportunidade para gravar um elepê?
WILSON – Não. Gravei o compacto em 1988 e fiquei dez anos sem gravar. Somente em 1998 fiz o CD demo independente, que inclusive foi bancado por um amigo. O disco não chegou às lojas. Eu vendia à noite, nos bares. Mas dessa forma as coisas não funcionam. O artista tem que conseguir colocar o seu trabalho nas lojas. Esse demo eu fiz com Nido dos Teclados, que tocava comigo em shows e me ajudou. Fui na casa dele, no meio de semana, e mostrei as músicas. Ele fez uma ligação direta do teclado pro som e dessa forma gravei o CD. Depois fiquei batendo de porta em porta, nas gravadoras, e nada. Até que um dia encontrei Farias, outra pessoa que me ajudou. Ele era representante da Continental e da RGE Discos. Era também produtor. Ele falou que as gravadoras não tavam contratando, não tavam vendendo nada.
ZONA SUL – Com todas essas dificuldades, como você estava sustentando a família?
WILSON – Mais uma vez eu estava trabalhando como gráfico, pra sobreviver. Certo dia, era um sábado, encontrei Farias na Ponte Duarte Coelho e mostrei o demo. Ele disse: “tu é danado mesmo, não desiste”. Expliquei que precisava botar meu disco nas lojas. Ele marcou de a gente se encontrar, na segunda-feira, em uma loja de discos ao lado dos Correios, era a Sol CDs. Farias disse que o dono tinha um selo, e que se ele gostasse do meu disco, lançava. Dez horas da manhã, fui lá. Farias já estava esperando. Fui apresentado a Reginaldo, o dono da Sol CDs. Começamos a ouvir o disco dentro da loja mesmo. Um vendedor botou pra tocar a primeira música, “Tarde de domingo”. A letra e a melodia são minhas. “Meu bem lembro as tardes de domingo / Você vinha sorrindo / Me chamando de amor / O sol ia se escondendo / Você vinha correndo / Pra sentir o meu amor / Você é a razão do meu viver / Você minha musa, meu bem querer / Você mora no meu coração / Você é meu tudo, minha inspiração”. Ele disse que a música era bonita. O disco foi tocando, e chegou em “Quente como um vulcão”, a terceira.
ZONA SUL – A propósito, essa música pode ser ouvida no Youtube, no endereço http://www.youtube.com/watch?v=oy-214jd1bs. Ou então ela pode ser achada pesquisando, no Youtube, “Wilson Rossi”.
WILSON – Sim. Gravei esse clipe especialmente para o Zona Sul e será ótimo que vocês assistam. Mas a música começou a tocar lá na Sol CDs: “Depois que você provar do meu sabor / Nunca mais vai querer me deixar / Eu vou saciar todo o teu corpo / Vai ser teu meu beijo doce / Com os meus braços vou te acalentar”. Quando a ela terminou, Reginaldo disse: “está aprovado”. E ficaram, Reginaldo e Farias, um dizendo para o outro bancar mil cópias do disco pra mim. O valor era quatro mil reais. Mas continuamos ali. Quando chegava um cliente para olhar os discos, o dono mandava botar pra tocar o meu. Chegou um comprador, um coroa alto, e começou a escolher o que comprar. E minha música tocando. Ele perguntou quem era o cantor. O vendedor apontou pra mim. “Gostei, quanto é o CD, garoto?”. Eu disse que era dez reais. Ele respondeu que tava caro. Então eu disse: “fale com o vendedor aí”. Eu não tinha nem fechado contrato com o dono da loja, pois a negociação continuava. Reginaldo ouviu o papo e ficou olhando o andamento da conversa. A cópia do demo foi vendida ao coroa por nove reais. Não era nem original, era um demo. Quando ele pagou, que eu fui dar o troco de um real, ele não aceitou. Ficou pelos dez mesmo. Mas esse um real eu juntei com mais dois e dei três reais pro vendedor, pra ele almoçar, pois já tava perto do meio-dia: “Toma tua comissão”. (risos). Foi então que Reginaldo decidiu me lançar no mercado.
ZONA SUL – Como foi sua transformação de Wilson Braga pra Wilson Rossi?
WILSON – Em 2005, um fã meu, um garoto novo, 26 anos, perguntou se eu tava fazendo shows. Como as coisas andavam meio fracas, ele propôs: “eu vou lhe vender, mas só se você trocar o nome”. Era uma perseguição, o nome Rossi, desde o início da minha carreira. Eu não queria, mas ele insistiu: “se você adotar o sobrenome Rossi, eu lhe vendo no Clube 10 de Novembro, lá no Totó”. Ele disse que ia me colocar junto com a Banda Aparência, de Nido dos Teclados. Deu certo. Passei três meses cantando nesse clube. Lá se apresentavam Banda Só Brega, Reginaldo Rossi, Labaredas, Paulo Madsen... A penúltima atração era eu. Antes da atração final eu fazia 40 minutos. Mas tiraram a vida desse rapaz. Ele foi assassinado. Se estivesse vivo, com esse CD que tenho agora, eu teria estourado.
ZONA SUL – Você já encontrou Reginaldo Rossi depois que virou Wilson Rossi? Sabe o que ele acha disso?
WILSON – Não encontrei ainda. Porém, ele sabe que Wilson Rossi existe, porque vendi um
CD meu ao seu empresário e cunhado, o Sandro. Mas não tomei conhecimento da reação dele. Quando eu era Wilson Braga, encontrava com ele. Uma dessas vezes foi durante entrevista, em 1990, no programa de Geraldo Freire, na Rádio Jornal. Eu falei assim pra ele: “Reginaldo, foi até bom nos encontrarmos frente a frente, porque as mulheres, as gatas, dizem que eu quero ser você”. Eu sou desenrolado. “Reginaldo, eu não quero ser você: eu quero ser eu mesmo: Wilson Braga”. Por ironia do destino hoje eu sou Wilson Rossi. (risos).
ZONA SUL – Você teve a mesma sorte que Reginaldo Rossi teve com as mulheres?
WILSON – Já tive muitas mulheres, como dizia Martinho da Vila. O cara que canta, sabe como é que é, tem certas facilidades. Você está fazendo um show e as mulheres já ficam delirando, dando em cima. Vou contar uma história. Eu tinha lançado o meu compacto e tava fazendo um show no Bar do Juvino, na Rua Real da Torre. Eu tava cantando a música “Menina Triste”, em espanhol. Nisso, de repente uma nega deu um pinote no meu pescoço, me agarrou e me beijou na boca. A minha esposa estava de lado, a tiracolo no palco. Do Bar do Juvino até chegar em casa, foi só confusão. Tome beliscão. E eu nem tive culpa. Sobre esse tema, tenho uma música pra gravar no novo CD, chamada “Briga de amor”. A mulher briga, briga, briga com o cara, mas depois é só love. “Quanto mais a gente briga / Mais a gente se ama / As nossas brigas / Acabam na cama”.
ZONA SUL – Você hoje viveria somente sustentado pela música?
WILSON – Viveria sim, se tivesse uma estrutura, um empresário me divulgando, correndo atrás e arrumando shows. O artista vive das apresentações que faz. Principalmente hoje, quando somos obrigados a enfrentar também a pirataria. Se o artista não fizer shows, vai morrer de fome. Não sou de ficar parado, pois tenho família, e é minha obrigação sustentá-la, independente da música estar rendendo alguma coisa ou não. Mas a música dá dinheiro, fama e popularidade. Mas não é para todos. É muito bom para Roberto Carlos, para Reginaldo Rossi e muitos outros. Mas todos os bem sucedidos encontraram a pessoa certa para trabalhar com eles. Eu até agora não encontrei. O melhor de todos, o menino sobre quem falei, foi assassinado. Depois dele, não encontrei outro igual. Ele era dinâmico, saía no carro de som, divulgando: “hoje, no 10 de Novembro, não percam... Wilson Rossi e Banda Aparência”. Era assim todo domingo. Tinha vez que ele dizia: “Wilson, vá pra Rádio Comunitária”. Eu pegava meu CD e ía. Lá tocavam cinco músicas e depois informavam sobre o show. Todo fim de semana ele conseguia algum tipo de mídia. Mas tiraram a vida do rapaz. Desde que ele faleceu, não pintou mais um empresário nesse estilo.
ZONA SUL – Como é hoje a sua vida, como artista, em Recife?
WILSON – Atualmente só tem surgido promessa. Muitos empresários pegaram meu CD, prometeram arrumar show, mas até agora nada. Por falar nisso, um deles disse que a música “Quente como um vulcão” tinha tudo para estourar. Falou que me colocaria novamente no estúdio para gravar com outros arranjos e outra pegada, pra poder trabalhar a canção. Mas até hoje nada. Quando ligo, ele não atende. É como eu falei: só tem pintado promessa. Minha carreira em Recife ta assim, difícil, no momento. Estou com CD, um bom trabalho, mas os empresários não estão apostando. Mas Deus ta vendo tudo e vem trabalhando na minha vida. Acho que quando a pessoa não tem condições de ajudar, não deve prometer. Porque termina atrapalhando, ao criar uma falsa ilusão. Pega o seu material, diz que vai ajudar e não ajuda. Eu já disse a certos divulgadores que ficam botando banca: “meu amigo, você fala assim porque não tenho dinheiro”. E é verdade. Se eu chegasse pra um divulgador e oferecesse 300 paus toda semana para ele marcar entrevista em rádio e emissora de televisão, as coisas num instante chegavam. No instante o cara se abria. Mas como não tenho dinheiro, eles ficam naquela história de que batata é doce e limão é azedo. Os caras querem dinheiro. Se não tiver...
ZONA SUL – Quer dizer que não basta apenas talento. Tem que ter dinheiro.
WILSON – Sim. Sem dinheiro não funciona. Eu fiz uma proposta pra um desses. Dei o CD e disse que se ele me divulgasse, eu daria 50% do cachê de cada show que ele arrumasse, tiradas as despesas com a banda. Ele não arrumou nenhum. Será que sou tão ruim assim? Tem gente pior do que eu, com nome nacional e ganhando dinheiro. Tá rico, tem ônibus, avião... E canta igual ou até menos do que eu. Mas essa pessoa teve alguém por trás para investir, para colocar na mídia. Artisticamente sei que não sou o melhor de todos, mas também tenho certeza que não sou o pior. Estou sendo sincero.
ZONA SUL – Wilson Rossi não é pior nem melhor do que ninguém: ele é apenas diferente. Sua semelhança física e musical com Reginaldo Rossi é benéfica ou prejudicial? Para você virar Wilson Rossi, o que mudou na sua aparência?
WILSON – Apenas mudei a pintura do cabelo. Meu cabelo era preto. Ah, mudei um pouco o corte também. Sobre a segunda parte da pergunta, parecer Reginaldo Rossi às vezes ajuda, mas em outras atrapalha. Chego até a ouvir gozação, como escutei hoje. Eu ia passando, vendendo meu cedezinho na Praça Maciel Pinheiro. Os biriteiros que ficam tomando cachaça, só atrapalham. Eu tava passando, quando eles gritaram “Reginaldo Rossi”, três vezes. Como sou educado, respondi com um aceno. Eles acharam pouco e gritaram: “Reginaldo Rossi depois da gripe!”. Ora! Só pode ser inveja, porque eu não tenho culpa de parecer com Reginaldo Rossi.
ZONA SUL – Sua esposa curte o Reginaldo Rossi?
WILSON – Pouco. Quando Reginaldo Rossi aparece na televisão, ela troca o canal. Verônica é o nome dela. Fiz até uma música pra minha esposa. Ela dizia que eu cantava música pra todo mundo e não cantava pra ela. E eu calado. Apenas esperando a inspiração. Quando veio, saiu essa música: “Verônica, você é a razão do meu viver / Verônica, eu não consigo te esquecer / Quando você me conheceu / Eu estava cantando no palco / Cantando meu brega rasgado / Eu estava no estrelato / Você sentada na mesa / Me olhava com atenção / Eu cantava ‘Menina Triste’ / Foi assim que eu ganhei seu coração”. Essa música é muito forte. Muito boa. Mas não tenho dinheiro para investir. Essa música é de trabalho.
ZONA SUL – Se alguém quiser entrar em contato com você, como pode fazer?
WILSON – Vou dar os telefones da Sol CDs, de Reginaldo, o dono da loja. Ele é meu produtor fonográfico. (81) 3224-7607 ou 3224-3498. Quem quiser falar com Wilson Rossi, agendar shows, pode ligar para (81) 3251-7516. Todos os telefones são de Recife, Pernambuco. O DDD é 81.
ZONA SUL – Quais seus projetos para o futuro?
WILSON – Pretendo lançar mais um disco pela Sol CDs. Já está tudo certo entre eu e Reginaldo. Só que ele quer, que dessa vez, eu faça a matriz. Tenho que conseguir um patrocinador para bancar o estúdio e os músicos. A gravadora, ele garante.
ZONA SUL – Muito obrigado pela entrevista e nós, do Zona Sul, desejamos a você grande sucesso.
WILSON – Eu sou quem agradeço pela oportunidade. Sou muito grato a Deus por ter conhecido vocês. Essa noite foi maravilhosa e me deixou muito feliz. Um abraço a todos aí de Natal. Estou aqui bem pertinho, em Recife. Qualquer coisa, mandem as ordens.

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